Na
última sexta-feira decidi que o longão planejado seria realizado
pela manhã de sábado, e não pela noite como me é de costume.
Dessa forma posso aproveitar melhor a tarde e a noite livres para
ficar com minha namorada, receber seus inúmeros carinhos e aquela
massagem esperta que só ela sabe fazer. Tão logo contei-lhe sobre
isso seus olhos brilharam de alegria. É sem dúvida minha maior
motivadora, e nunca se importou com minhas ausências por causa de
treinos, mas é claro que gostou bastante desta mudança.
Não
dormi absolutamente nada. Não sei se por ansiedade ou falta de
costume de ir pra cama tão cedo, o fato é que as 4:30 da manhã
estava eu calçando meu inseparável minimalista e fazendo um bom
café da manhã pré-treino. De acordo com o mapa do google, seriam
26 km pela frente, meus primeiros, pois nunca havia passado dos 21.
Com
tantos colegas fazendo treinos longos Rio de Janeiro afora por conta
da maratona que se aproxima, não creio que haja muito o que dizer de
novo por aqui, exceto algo que realmente acredito ser de muita
importância para os que como eu não estão habituados a correr
longas distâncias ainda na madrugada, sobretudo na transição
maio/junho com as temperaturas mais
baixas que o normal. Vestido com meias muitíssimo curtas, short mais
ainda e camisa manga curta dry-fit, acredito que poucas vezes na vida
senti um frio tão grande, o que viria a comprometer sobremaneira o
treino. Gastei bem uns quinze minutos aquecendo com trotes curtos,
polichinelo e alongamentos, mas nada era capaz de manter-me
devidamente pronto para começar uma corrida. Decidi começar assim
mesmo, e além de sentir dores musculares e nas articulações, não
conseguia desenvolver a velocidade/ritmo que planejo fazer no dia da
Maratona. A parte boa fica por conta da pouca ou nenhuma movimentação
nas ruas, contribuindo para que não seja necessário usar a calçada,
como também pela notável qualidade do ar, mais limpo do que quando
os automóveis estão fazendo seu trabalho.
Até
o km 12 segui sem maiores problemas, apesar do ritmo mais lento do
que o normal, estava muitíssimo motivado em percorrer esta nova rota
que planejei. Aqui por Jacarepaguá ainda é possível encontrar
algumas regiões nas quais se encontram árvores em abundância, e
estas felizmente estavam na rota que planejei. Outra coisa digna de
se mencionar (ou outro erro, se preferir) foi o fato de simplesmente
ter ignorado a questão alimentação. Embora tenha uma mochila de
hidratação, confesso não ser adepto.. não consigo me acostumar
com algo nas costas balançando, e isso me custou caro, pois em um
horário tão cedo em pleno domingo, a única opção de carboidrato
ou de líquido que eu poderia encontrar seria a cerveja que os bares
vendiam aos baladeiros mais animados relutantes em ir para suas
casas. Como não sou adepto de bebidas alcoólicas (e mesmo que
fosse, essa não seria normalmente a melhor forma de me nutrir em um
treino) tive que pular duas etapas de hidratação e reposição de
nutrientes. Apenas quando cheguei na Barra da Tijuca, na altura da
Ilha dos Pescadores é que encontrei um posto de gasolina aberto, foi
então que pode beber um gatorade, uma garrafa d'agua e duas barras
de doce de amendoim q a mulher havia jurado não ser feito com leite
(recém adotei a filosofia de vida e dieta vegana).
Por
fim retornei, sentindo muita câimbra e dores nas articulações,
acredito pelo excesso de treino (nesta semana já vinha de uma meia
maratona mais um treino de tiros de arrepiar a alma) e o ritmo que
não era bom caíra ainda mais. Graças ao bom criador consegui
chegar bem após quase 3 horas correndo, num total de 25 km. Sendo
assim, embora não seja profissional, educador físico ou
nutricionista, devo alertas aos mais novos sobre estes itens (erros)
que cometi: Verificar se não tens treinado forte em demasia, cuidar
sempre previamente da questão alimentação/hidratação e procurar
aquecer-se o máximo possível antes de começar o treino, não se
esquecendo dos acessórios para encarar o frio da madrugada.
É
isso. Desejo a todos uma excelente semana!